Distúrbios no Processamento Auditivo Central: “Eu ouço, mas não entendo”. Essa poderia facilmente ser uma fala de alguém com perda auditiva, mas também é uma característica que pode indicar problemas no Processamento Auditivo Central (PAC), que pode acometer, inclusive, quem tem a audição normal.
Vamos explicar!
Mais do que ouvir bem, nós precisamos interpretar os sons que chegam pelos nossos ouvidos e o responsável por esse processo é o Processamento Auditivo Central.
Ele envolve a identificação dos sons, localização, atenção e análise do que está sendo ouvido e qualquer alteração nesse processo, ocorre o que chamamos de Transtorno do Processamento Auditivo (TPAC).
Pessoas diagnosticadas com TPAC têm dificuldade em localizar, discriminar, reconhecer, memorizar e compreender a fala, mesmo que tenham a audição periférica considerada normal e as outras funções cognitivas preservadas.
Sintomas
Nas crianças, as queixas mais comuns são dificuldade para entender o que a professora diz, para ler, escrever, compreender ironias e piadas, socializar e até mesmo dificuldades no desenvolvimento da fala.
Devido a esses sintomas, o TPAC é facilmente confundido com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), pois é comum que sintomas de desatenção auditiva, pouca memorização auditiva, dificuldades de leitura, escrita e baixo rendimento escolar ocorram em ambas as condições.
Geralmente, pessoas com TPAC também apresentam dificuldades em manter conversas longas, em organizar um discurso e em se expressar em ambientes ruidosos.
É válido dizer que o TPAC também pode ocorrer em adultos e idosos, já que alterações no sistema nervoso central (traumatismo craniano ou AVC), otites ou perda auditiva também podem contribuir para alterações no Processamento Auditivo Central.
Por isso, é importante ficar atento aos sinais e buscar ajuda profissional para realizar a avaliação e aplicar o tratamento mais adequado para cada caso.
Diagnóstico
Como vimos, o TPAC apresenta vários sintomas que podem ser confundidos com outras patologias. Por isso, o acompanhamento inicial é feito por uma equipe multidisciplinar, que inclui avaliação fonoaudiológica, neuropsicológica, neurológica e psiquiátrica para a identificação correta do transtorno.
Na avaliação são realizados uma bateria de testes para investigar diferentes habilidades auditivas, que são aplicados de acordo com a queixa e idade do paciente.
O exame é realizado em uma cabine acústica, com equipamentos e materiais específicos, tem duração de aproximadamente 1h e, dependendo do caso, poderá ser indicada mais de uma sessão.
Tratamento
Com os resultados dos exames em mãos, o paciente inicia o tratamento, também acompanhado pela equipe multidisciplinar.
Os exercícios de recuperação são aplicados pelo fonoaudiólogo por meio de um treinamento denominado treinamento auditivo, que consiste em exercícios práticos e de estimulação verbais e não verbais para que o cérebro consiga reorganizar as suas conexões neurais.
A boa notícia é que as dificuldades do TPAC podem ser revertidas se tratadas adequadamente.
Em caso de suspeita de problemas de compreensão da fala ou desatenção, busque a opinião de um especialista.
Entre em contato com um profissional habilitado:
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“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada. Se você tem algum problema de saúde, procure um médico especialista.”